Por que somos educadores?

Um dos ensinamentos do professor Mario Sergio Cortella no primeiro semestre de 2000 na PUC

O Brasil hoje (junho/2000) tem cerca de 1.500.000 professores, sendo que cerca de 250.000 são considerados leigos, mesmo em São Paulo 9% do total dos professores aqui são leigos, nos sertões esta porcentagem chega em média a 80%. 

Mas o que se considera como leigo? 

São aquelas pessoas que mal concluíram o ensino fundamental, ou fizeram até a 5ª ou 6ª série e muitas vezes estão lecionando em série multiserial, ou seja, na mesma sala tem-se da 1ª a 4ª série. 

Nos sertões, encontramos as Raimundo, as Joana... (Enfim, mulheres que ao executarem esta função tem o AMOR em seu olhar e apesar de seus erros de ortografias, elas lecionam com ESPERANÇA e respondem aos questionamentos anteriores de uma forma simples e sinceras: “ELES (OS ALUNOS) SÓ TEM A MIM...)”. 

Essas mulheres “loucas” transbordam ESPERANÇA apesar de seu salário insignificante, que nos sertões é em média R$ 50, 00, que muitas vezes é recebido com atraso de até três meses. 

E o mais importante é que elas não DESISTEM e continuam a transmitir AMOR pelo seu olhar e exalam pelo corpo a ESPERANÇA. 

Para elas o dia do professor não é comemorado em 15 de outubro, para elas o seu dia deveria ser comemorado em 01 de novembro, ou seja, O DIA DE TODOS OS SANTOS, que são aqueles que fizeram o que tinha que ser feito. Elas assim o fazem, com AMOR e ESPERANÇA. 

Existe um outro grupo de professores que afirmam que o dia dos professores deveria ser comemorado em 02 de novembro, o dia dos finados. 

Mas por que nós não desistimos e deixamos morrer a esperança? 

Simplesmente porque somos persistentes e totalmente insatisfeitos, por exemplo, o que procuramos aqui na pós-graduação? 

Procuramos a busca do BOM AMOR e este é COMPETENTE, portanto buscamos competência. 

Mas não será pela carreira do magistério? 

Carreira do magistério! A carreira do magistério para o professor é o correr de um lado para outro, resultando num “corpo docente” cansado e com fome, já que nossa alimentação pode ser resumida a alguns cafezinhos e em poucos lugares a bolachas, aquelas bem baratas. 

Mas nas férias desforramos, não? 

Férias, que férias? Nem nelas estamos tranqüilos, pois estamos sempre buscando alternativas, até mesmo ao assistir um filme, estamos buscando novas inspirações para levar adiante as nossas ESPERANÇAS. 

Mas então, por que não conseguimos largar? 

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